Antigamente, as pessoas viviam uma vida mais natural, seguiam seu curso e tinham mais fé, uma fé mais real; mesmo que não tivessem tanta tecnologia e ‘avanço’. É como se, com ou sem consciência, as pessoas pensassem em continuar vivas, ou ser eternas, através de seus filhos, netos, bisnetos e das muitas lembranças, até que um dia, elas simplesmente se dissolveriam.
Quando a vida é mais real e exige esforço para mantê-la, as experiências são vividas, porque não há alternativa, ou você vive ou não vive. E o resultado é: você aprende as lições. Aprende que o que se semeia, um dia é colhido; que tudo que sobe, uma hora cai; que tudo que nasce, um dia morre.
Temos uma morte real e sabemos que ela é certa, que virá, inexoravelmente, em algum momento, e por isso, nunca se fala dela. É 'assunto tabu', e, talvez, por esta razão, se viva tão precariamente hoje em dia. Temos a consciência do ‘momento presente’, mas, ironicamente, não o vivemos porque o ‘seize the day’ (o aproveitar o dia) se tornou nada mais do que uma busca hedonista.
Não bastasse a morte real nunca visitada (e cada vez menos em uma sociedade que rejeita o velho) para amedrontar, criamos ainda uma segunda morte, tão aterrorizante quanto a primeira, em particular psicologicamente. A segunda morte é o Esquecimento. É saber que em pouco tempo ninguém mais se lembrará de quem fomos.
Será por isso que, em nossa sociedade moderna, as pessoas se esforçam tanto para ser reconhecidas? Para deixar sua marca no mundo? Para serem famosas?
Cada vez mais pessoas expõem seus corpos, seus quartos, seus piores segredos; registram seus pensamentos mais íntimos na internet, comem insetos, fazem absurdos consigo mesmas e, em alguns casos, chegam a matar para ficar famosas... É como se estivessem gritando:
ME NOTEM!
LEMBREM-SE DE MIM!
No entanto, a notoriedade não dura; e o esforço recomeça, redobrado... às vezes, mais absurdo.
É difícil aceitar que, um dia, seremos esquecidos. Que não faremos falta.
Eu entendo. Mas isso é um fato. Faz parte da vida!
Do pó viemos, e a ele retornaremos.
Ironicamente, combatemos a família, destruindo-a por dentro, corrompendo seus valores... e buscamos ser para sempre jovens (parece até nome de filme, de tão ilusório que soa); nós mesmos, imortais... até aberrações físicas se tornam padrão estético. Destruímos a única forma de permanecermos ‘vivos’, por um pouco mais de tempo..., nos genes e na memória dos filhos, netos, bisnetos; nas boas histórias e vivências (e nas ruins também), cada vez mais escassas porque as interações reais são, paulatinamente, substituídas pelas virtuais, ou nenhuma, nos piores cenários (não tão incomuns atualmente)... e as famílias lutam para se manter saudavelmente estruturadas.
Como você gostaria de ser lembrado(a)?
O que você tem feito para que isso aconteça?
Quem são as pessoas que você gostaria de lembrassem de você?
Comenta aqui, eu gostaria muito de te ouvir.
Agradeço pela sua atenção, e pelo seu tempo.
E te desejo uma vida bem vivida.
Beijo na testa
Tati
P.S: Caso queira me acompanhar nas redes sociais,
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Você me fez pensar em um monte de coisas importantes que deixo de lado e não devia. Obrigado.